Dà Làngàn Òtòlú é a forma que o Vòdún Òtòlú era conhecido na cidade de Savalú. Desde criança Dà làngàn mostrava as suas habilidades na caça e na arte de guerrear. Dà Làngàn foi criado para suceder o seu tio Ázáká. Diz a lenda que, quando Dà làngàn ainda um adolescente ficou perdido na floresta e foi cercado por um enorme Leopardo negro faminto. O jovem Dà Làngàn tinha o costume de tocar uma flauta de osso quando estava descansando na floresta. Esse instrumento pertencente a um Vòdún da mata ligado aos sons emitidos na floresta, Vòdún esse chamado de Àzízá, que é um adolescente que vive tocando a sua flauta de osso pelo meio da mata atraindo para dentro dela as pessoas não bem-vindas por ele. Assim quando o Leopardo o cercou, Ázízá tocou a sua flauta distraindo o Leopardo e com um ataque feroz, Dà Làngàn voou no pescoço do Leopardo e, com um punhal, cortou sua cabeça e bebeu seu sangue depois comeu algumas partes dele a fim de ter as mesmas habilidades. Assim Dà Làngàn, passou a ser muito respeitado mesmo ainda sendo um adolescente. O título de Òtòlú que significa ´´Chefe caçador de Savalú ´´ foi conquistado quando Dà Làngàn acabou com uma tentativa de invasão pelos Nago na floresta de Savalú, então seu pai o Rei Kúxòsú, deu-lhe o título de Òtòlú e no mesmo dia ele ganhou o comando dos Valutö( um grupo seleto de guerreiros caçadores que o próprio Òtòlú era membro e agora ele os comandava). Com o adoecimento de seu pai, Dà Zòjí seu irmão primogênito assumiu o trono e assim Òtòlú assumiria também os Zúncòtòlè. Quando Òtòlú assumi a liderança dos Zùncòtòlè ele ganha importância dentro do reino e principalmente dentro do clã Sákpátá pois, agora ele tinha uma função de captar alimentos da floresta e proteger o reino. Nesse tempo Ázáká, Otölú e seu primo Ázáwànì quando juntos em caçadas ou batalhas na floresta, eram chamados pelos inimigos e admiradores de Hùndèválú título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Após a morte de seu pai e a posse em definitivo de Dà Zòjí ao trono, Dà Zòjí dá o comando do exército de Savalú para Dà Làngàn Òtòlú que, após o comando, constrói em um vilarejo perto da costa, um tipo de quartel dos Valutö e um centro de culto ao Vòdún Ázízá. Essa cidade ,depois de sua morte, foi o primeiro local de culto ao grande Guerreiro-Caçador de Savalú conhecido como Òtòlú ou simplesmente por sua velocidade e ferocidade como Tòlú-Tòlú o Guerreiro que não erra. Por ter sido cultuado primeiramente em Dàgbá e, o mesmo que gostava de tocar a sua flauta debaixo de uma árvore com o mesmo nome de Dàgbá, sua fava de iniciação é o fruto da árvore Dàgbá. Na parte litúrgica do culto Vòdún Òtòlú é responsável pela a fartura alimentícia e segurança das casas de culto próximas a florestas, em qualquer ato de colher ou caçar na floresta Òtòlú deverá ser consultado juntamente com Ázízá. Na cerimônia do Grá, Òtòlú tem a função de proteção aos neófitos quando os mesmos entram na floresta. Vòdún imprescindível nas feituras dos neófitos no Ásé do Kpò Dàgbá, pois ele é peça fundamental em uma cerimônia chamada Ámátítè. Saudação: Aho gbo gbo ih otolú, ilo voduo da cya zumê. Simbolo: Brajá, lagdibá e o drakar. Ferramenta: Uma flauta de osso, um arco e flecha e a piá(nome das lanças usadas pelos voduns)
Vodum Agué : Agué é o vòdún relacionado as matas e a tudo que nela existe. É assimilado ao orixá Ossaim dos yorubás porém, ao contrário dessa divindade, Agué está ligado ao nosso cotidiano, sendo um vòdún responsável pela alimentação, caça e cultivo das plantas. O correto ao comparar Águé com algum orixá seria, dizer que Agué une o poder de Ossaim com a responsabilidade de Odé. Ele é responsável pela fauna e flora e, é cultuado após Gun nos dias de festa. Agué é o senhor de todas as folhas, estando atribuído a ele, o domínio das mesmas e seu cultivo, desde o arar da terra, o adubo e o plantio. Usa Arco e flecha assim como Odé dos yorubas, sendo um grande caçador , dentro da cultura jeje, o responsável pelo alimento de cada dia. Todas as sementes, folhas, caules, raízes, flores, etc, pretencem a Agué, sendo ele o guardião de toda a flora. Tem domínio também sobre todos os animais da floresta, aqueles que vivem e se alimentam na mesma, sendo responsável pela proteção desses animais, combatendo a caça ilegal e quem os maltrata juntamente com Òtòlú. É filho de Nanã , com ela aprendeu o domínio sobre os mortos, tendo muita ligação com íkú e seus mistérios. Conhecedor de alta magia, Agué não teme íkú , possuindo extremos laços com ambas energias. Águé ensinou para todos os seres humanos como cultivar as plantas e principalmente como utilizar as ervas medicinais. Para os mais velhos, Agué é o único vòdún que realmente é cultuado dentro do templo, sendo os demais cultuados em átínsás – as árvores sagradas. Não se inicia ninguém sem a interceção de Águé. Todas as ervas são de seu domínio mas, em particular, o Pèlègún simboliza a força desse vòdún, usando-o para controlar ou afastar os ègúns, sendo este um de seus mais preciosos átínsás. Pertence a família da terra e com certeza é o vòdún que melhor representa o poder de Àíkúgúmàn (terra), deixando bem claro a importancia da terra para a existência de todo ser vivo. Águé é a liturgia, a ancestralidade, a sabedoria, a herança e a hierarquia. É responsável pelo passar da cultura de pais para filhos, mantendo bem viva as lendas e o culto dos vòdúns, como toda tradição africana em geral. Muito coligado a Lòkò e a Sákpátá. Sua cor é o chumbo, seu elemento a terra e o ar e sua saudação Áhò gbò gbòy Águé ou Águé beno beno. Lembrando também apesar de muitas semelhanças com Ossain, são profundamente equivocadas, já que o processo iniciático, as folhas, os cânticos, os kuhãs, os banhos e até o próprio tempo de recolhimento, acabam por estabelecer profundas diferenças. Mas, no caso de Agué - Agè - Vodun considerado menino, filho predileto de Mawu e Lissa, essa diferença fica ainda mais nítida. No nosso caso, Agué exerce o mesmo papel de Ogun, para os Nagôs: é o nosso militar, nosso combatente, nosso guerreiro, nosso defensor, o responsável pela segurança espiritual das casas, combatendo feitiços e feiticeiros. Usa elementos de caça e espingarda, e em sua representação é ilustrado sem uma das pernas, condição esta, descrita em uma de suas cantigas. Achei em minhas buscas a seguinte frase em fongbe: Agè Vodun nó gló azĕ. = O Vodun Agué, é quem nos defende dos feitiços.
Vodum Adjarunsi : Adjarunsi é um vodun masculino, pertencente ao panteão da terra e extremamente coligado ao universo das Naés (mães d’água). É um exímio caçador e pescador, e vive na beira dos rios acompanhando as Naés. Rege os animais que vivem tanto na terra quanto na água, tais como répteis, anfíbios e alguns pássaros. Divindade da juventude e da alegria, representa a inocência e a pureza, protegendo as pessoas durante a fase jovem. Responsável por todo o aprendizado das crianças, desde fala até mesmo o andar. Suas cores variam entre o azul, beje e vermelho .
Vodum Avereket : Averekete nasceu da união do vodun Sogbo com Naeté (em outros mitos com Naé Agbé), tornando-se então um elo entre os voduns do céu (jí-voduns) e os voduns do oceano (tó-voduns). Desempenha a função de mensageiro entre estes voduns. É visto como um vodun jovem, com idade semelhante a de um adolescente. Vive na beira do mar e tem como símbolos o machado simples, o anzol e o punhal. Suas cores são o azul, o vermelho e o branco. Na Casa das Minas é usado o termo tóquen ( tóqüen ) ou toqueno (toqüeno) para designar Averekete e outros voduns jovens tidos como adolescentes. No Jeje Mahi, Averekete pertence a família dos Voduns Kavionos (ou Hevioso), visto como o filho mais jovem de Sogbo.
Vodum Bosso jara :
Vodum Jotim :
Vodum Jotam :
Vodum Azaka : Azaka vodum caçador, raro e muito antigo. Vodum masculino da familia de Sakpata, que é rei de Savalu, irmão de Agongone e de Tôpa. Considerado o Vodum da agricultura. Vive nas partes mais escuras das florestas de Savalu, aceita suas oferendas em grutas mais escondidas, pois gosta de comer em segredo. Usa arco e flecha. É um caçador de extrema habilidade e conhecimento das florestas de Savalú. Tio de Otolú, caçador que desde pequeno mostrava suas habilidades na caça e na arte de guerrear, sempre aos cuidados de seu tio (Azaká) que como irmão de seu pai, lider dos Zuncotole (Guardiões da floresta) preparou Otolu para sucedê-lo. Nesse tempo Azaká, Otolú e seu primo Azönwani quando juntos em caçadas ou batalhas na floresta eram chamados pelos inimigos e admiradores de "Hùndevalú" título dado aos grandes ancestrais Caçadores-Guerreiros da antiga dinastia de Savalú. Suas oferendas são as mesmas de Otolu e das de Sakpata, bolos de milho, pipoca, frutas, eran-peterê, bifes de porco, cereais etc. Suas cores são o azul claro podendo ser acrescentadas as cores de Sakpata. Sua saudação é BISALO (bi-saló), cuja resposta é “Lo (ló)”. Seu fetiche é um camponês carregando um saco de palha nas costa, cheio de cereais. Vodun homenageado na Casa das Minas - Maranhão junto com as festividades de Oxossi. No Haiti, Azaka, Azacca, Papa Zaka ou Kouzen Zaka ("Primo Zaka") é o loa (vodum) haitiano da agricultura e do trabalho, representado como um camponês vestido de karabel ("brim"), com um mushwa ("lenço") vermelho no pescoço e um chapéu de palha, carregando um djakout (bolsa franjada de ráfia) e um machete e fumando cachimbo. É mestre em tratar doenças com ervas que carrega no djakout. Tem uma voz agunda e nasal quando é muito enérgico. Costuma cantar que ele não rouba, não pede caridade, e então rouba algo. Muitas de suas canções falam de gente que lhe pede coisas que ele não tem. É um dançarino muito vigoroso e freqüentemente enrola uma perna de caça até o joelho. Tem muitos filhos e os vê como forma de proteção no futuro.